quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Greve das palavras
















Na EB1 do Rossio
As palavras entraram em greve…
Ninguém brinca, ninguém faz,
Ninguém fala, ninguém escreve.


Que confusão se gerou,
Nesta escola encantada…
Os meninos não trabalham,
Os meninos não fazem nada.


A nossa história começa assim…num dia normal em que os meninos vieram para a escola e não puderam aprender porque as palavras estavam paradas.
Pode-se pensar que isto é bom…Não temos nada para fazer! Mas também não se pode falar. Isso é que não é nada fácil!

Alguns alunos, inconformados com a situação, resolveram investigar e formaram uma equipa especial para descobrir uma solução para o problema. Mas como não podiam falar, resolveram escrever. Então para comunicar usaram papel e lápis. No entanto, de cada vez que escreviam uma frase, as palavras dançavam e rodavam até ficarem todas trocadas e ninguém percebia nada. Por exemplo, a Margarida tentou escrever “Vamos pedir ajuda à Professora” e, em vez disso ficou “ Vamos Professora à ajuda pedir”. Meu Deus! E agora??? O que fazer????
Foi nessa altura que a Carolina, com gestos, disse aos colegas para irem até à biblioteca.
“Para aprender e conhecer novas coisas temos sempre os nossos amigos livros.”- pensou-“ Talvez lá encontrassem alguma ideia para pôr fim à greve das palavras. “
“Quando existe greve é porque algo não corre bem” , a Carolina lembrava-se de ter ouvido a sua mãe dizer uma vez. Então, as palavras estavam tristes com alguma coisa.

Mas não era justo que os meninos não pudessem aprender.

Quando chegaram à Biblioteca procuraram um livro especial da amiga Bruxa Mimi, na esperança que ela usasse a varinha mágica e acabasse com aquele dia, que mais parecia um pesadelo. Mas as palavras estavam todas trocadas, até nos livros!


Bem, meus amigos!
Só há uma coisa a fazer….
Deitar mãos à obra e consertar as frases.
Mas como?
Ordenando-as e colocando cada palavra no seu lugar.

A Turma da Carolina começou a trabalhar. Ajudaram na biblioteca a ordenar as frases dos livros…

Os meninos ordenaram frases na sua sala de aulas e até nos computadores da escola…Sim, também aí havia grande desorganização.
E por mais que fizessem, o trabalho nunca mais tinha fim. É que existiam muitos livros….

Foi então que duas letras muito espertas decidiram ajudar os meninos. O “r” minúsculo e o “R” maiúsculo foram perceber o porquê desta greve das palavras. Depois de muito investigarem, chegaram à conclusão que as palavras estavam tristes, porque os adultos e os meninos não lhes davam valor, ou tratavam-nas
mal. Os adultos muitas vezes esqueciam-se do verdadeiro significado das palavras amor, compreensão, solidariedade e justiça; e os meninos, por vezes, não liam bem as palavras….Parece que se esqueciam de letras, ou nem olhavam para as palavras, nem as queriam ler… Outras vezes não eram curiosos, não queriam saber o que elas queriam dizer….

Pensando bem, se calhar as palavras tinham alguma razão!...
Então o r e o R pediram a adultos e crianças que tivessem mais cuidado com o modo como tratavam as palavras. É que elas são muito sensíveis e podem ficar doentes com tamanho desgosto.
Assim miúdos e graúdos fizeram um pacto: a partir daquele dia iriam ter muito cuidado com as palavras…É muito bom ter palavras doces, e que nos ajudem, no dia a dia, a comunicar com toda a gente e não palavras zangadas e sem sentido.
A partir de hoje até as palavras mais pequeninas como céu, lua, mar, sol, eu, tu e nós ganharam maior significado. É muito bom juntar esforços e trabalhar em equipa, não é?

Prof. Mª Antónia Oliveira (EB1 Rossio -1º ano)

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