quinta-feira, 6 de novembro de 2008

UMA AVENTURA NO APARELHO DIGESTIVO II

SE EU FOSSE UM LIMÃO

Se eu fosse um limão entrava pela boca de um homem qualquer e ia dizer "Que interessante a boca de um homem! Vou escorregar por este tubo!"
- Oh, não! Vou ser misturado com o bolo alimentar. Vou morrer!
De repente ouvi uma voz que ecoava num som muito arrepiante e falando comigo disse-me:
- Olá amigo limão, gostas do esófago?
- Esófago? Qual esófago? Este tubo chama-se esófago?
- Sim. E irás viajar pelo corpo todo e irás conhecer alguns dos meus amigos: o estômago que tem os sucos gástricos, o intestino delgado que irá transportar metade de ti para o sangue e outra metade para o intestino grosso que irá ficar armazenada no recto. Depois vais fazer uma breve visita ao meu grande amigo ânus.
- Agora adeus!... Vai até ao meu amigo estômago!
- Adeus!- disse eu ao meu novo amigo esófago, que me tinha explicado a viagem que eu ia fazer pelo corpo deste ser, chamado ser humano.
Novamente ouvi outra voz, pensei que era o estômago e fiquei tranquilo. Mas, de repente, ouvi mais do que uma voz e vi que não podia ser o estômago e fiquei curioso. Ouvi que planeavam triturar o bolo alimentar e eu morreria, mas como estava curioso gritei:
- Quem está aí?
O estômago respondeu:
- Sou eu, o estômago. O que é que queres amigo limão?
Eu respondi:
- Nada! Só estava de passagem. Por favor, não me faças mal!
- Eu? Mal? Claro que não, nem tenhas medo dos sucos gástricos. Eles não te vão matar. Só vão triturar o bolo alimentar para o transformarem numa pasta chamada quimo. Não tenhas medo! - disse o estômago com um sorriso no rosto.
- Adeus! - respondi eu com ar ansioso, para saber se, quando chegasse ao intestino delgado, metade do de mim iria para sangue.
- Adeus! - disse o estômago.
De repente quando cheguei ao intestino delgado adormeci, mas antes confidenciei-me a mim próprio "Hoje foi um dia muito atribulado, por isso, vou aproveitar enquanto o humano dorme para dormir também.
No dia seguinte acordei mais cedo do que o humano. E fui ter com a célula que punha a parte de mim que não prestava no intestino grosso e o que prestava no sangue e disse-lhe:
-Olá!
- Olá! - respondeu ela.
- Já me pode dividir para ir para o sangue e para o intestino grosso.
- O coração disse que parte de ti vai para o sangue.
-Boa! Boa! Viva! Viva! Vou para o sangue! Iupi!
Depois quando estava a ser transportado pelas células adormeci novamente ao seu colo. De manhã quando acordei já tinha chegado ao sangue.
Um dia depois, acordei e já tinha acabado a visita pelo sangue. A outra parte de mim estava triste porque tinha ido para o intestino grosso, mas lá me conformei. Aí trasnformei-me em fezes e passada uma hora estava armazenado no recto.
Passado algum tempo estava prestes a sair, mas... nunca mais conseguia sair. Lá dentro gritava assim "Quero sair! Quero sair!! Quero conhecer o esgoto e as ratazanas e também a água da sanita! Quero sair!"
De repente senti-me a andar de um lado para o outro ficando enjoado e tonto. Pensei que era hora de sair. Mas final não era. Era só o ser humano a correr.
Fiquei ainda mais triste por não poder sair e conhecer as ratazanas.
Mas um dia depois, pouco antes de me deixar dormir, o humano foi à casa de banho. E assim terminou a minha viagem.

Gonçalo


EB1 Heróis do Ultramar - 3.º ano

Professora Quinita

1 comentário:

Rita Carrapato disse...

Gonçalo

Uma história muito engraçada. As viagens no aparelho digestivo terminam sempre da mesma maneira, não é?

Beijinhos

Rita Carrapato